terça-feira, 16 de julho de 2013

Domingo no Circo

Hoje domingo, como quase todos os outros domingos, no qual, não se têm muita coisa para fazer, encubo-me neste dia o trabalho de escrever, de relatar e confidenciar a “vida”.  Alguns neste dia nefasto e provido de ociosidade, repousam em suas poltronas se engendrando na programação de domingo, que por sinal não é nem um pouco convidativa. Eu sendo fadado a fazer a mesma coisa, vou à empreitada, buscando sempre ver o lado ruim da programação.

Neste domingo foi diferente, despojado em meu sofá vendo um programa que não vem ao caso lembrar o nome, ouço um carro anunciando que haverá espetáculo à noite no circo que está na cidade. Como não há nada de bom para fazer, estarei no picadeiro esta noite, onde será o momento do encontro e o da partida...

O circo estava com sua tenda montada no parque de exposições, chegando ao local, avistei uma fila destinada à venda dos ingressos, que por sinal não era muito caro. Após fazer a aquisição do ingresso procurei adentrar para encontrar um lugar que tivesse uma boa visibilidade e que eu pudesse ouvir sem dificuldade. As pessoas começaram a chegar e ocupar os lugares que estavam vagos na arquibancada, cerca de 20 minutos foi o bastante para que toda a arquibancada estivesse ocupada.  O espetáculo se iniciou com as luzes apagadas, apenas um neon que destacava a cor branca, tornando-a roxo fluorescente. Pessoas que não via, devido à escuridão, entram no picadeiro com tecidos brancos fazendo gestos que nos remetem a ideia de serem borboletas. Após abertura, as luzes são acesas, vejo os integrantes do circo vendendo guloseimas e brinquedos, todos trazem em seu olhar sua insigne.

O palhaço com um sorriso pintado na face, mas com uma tristeza estampada na alma; a trapezista depois de fazer sua apresentação e receber uma salva de palmas, dá um sorriso que significa “obrigado por nada”, ela coloca um roupão e começa a vender uma bolinha que tem um elástico para ser lançada, parece estar preocupada com algo; o “homem-aranha” fez seu show efêmero, mas foi ovacionado pelo público, continuando com seus outros ofícios após a breve apresentação; um homem auxiliado por sua esposa anda na corda bamba, seus dois filhos estão no picadeiro, o mais novo tinha cerca de um ano e o mais velho uns três anos. O intuito é desviar o foco da sua apresentação, após seu show ele vai embora com a sua família, o locutor anuncia a última apresentação – o globo da morte – que por sinal deixou todas as pessoas em frenesi, mas eu fiquei receoso com medo que de acontece-se algo ruim.

Enfim... Chegou-se ao fim, todos vão se retirando do recinto e indo para suas respectivas casas. Enquanto isso o público vai conversando, sorrindo e o palhaço se despindo da maquilagem, e guardando a sua felicidade, mas que na verdade não existe felicidade é tudo “falsa realidade”. O povo do circo alegra as pessoas na sua amargura, não possuem casa e nem cidade, estão aqui simplesmente de passagem. Amanha é outra cidade, outra realidade. São nômades da atualidade.

Este foi um domingo que analisei um pouco mais sobre a realidade infinda...   

Tiago de C. Braga

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