segunda-feira, 25 de março de 2013

Conversa de Boêmio

Dois homens chegam em um bar e sentam-se em uma mesa. O garçom vai de encontro, após ser  convocado. O homem de bigode diz:

-O de sempre por obséquio.
O garçom traz dois copos com uísque e gelo, a conversa se inicia, após um olhar panorâmico dos dois.
O homem de bigode diz ao homem de face limpa:
– O que você acha de violência?
– Acho que a violência sempre existiu e sempre existirá...
– Mas você não acha que o mundo na atualidade está mais violento? Conflitos religiosos, guerras por territórios, lutas pelo poder. Esses impasses diante da realidade, a vida se torna-se abstrata.
– Acho sim e acho que as coisas irão piorar, os motivos são diversos, mas todos lutam por um ideal universal, ou seja, o poder, a liderança.
O homem de bigode enfia a mão no bolso, retira um maço de cigarro, destaca um cigarro entre os dedos e lhe empreende fogo.
O homem de face limpa observa esta cena, inconscientemente faz a mesma  coisa que o amigo havia feito. A conversa continua, após uma degustada de uísque e um trago no cigarro.
–O que espera do mundo? – Diz o homem de face limpa.
– Espero que no futuro, o mundo seja melhor, mas acho que, o que nos espera é o caos.
– O caos? – Indaga o homem de face limpa.
– Sim, o caos. As pessoas estão cada vez mais individualista e cada um seguindo suas ideologias.
– Eee...para com esse discurso, o ser humano deixou de ser humanista, sem nem mesmo ter sido...
– Você pode estar certo mesmo, mas mudando de assunto, você  já ouviu aquela música do Belchior que diz: “ você nem sempre não vê/ mas eu não posso deixar de dizer meu amigo/  que uma nova mudança em breve vai acontecer...”
– Sim e a mudança já está acontecendo!
Após terminarem de beber o destilado a conversa se encerra sem ter um fim. Conversa de boêmio tem inicio, meio e nem sempre um fim.
                                                                                               Tiago de C. Braga

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