quarta-feira, 11 de setembro de 2013

A Simples Natureza

Caminhar no campo...
Vislumbrar os lírios do campo...
Os pássaros pousados
nos galhos das arvores...
Ver...
Analisar...
Se importar...
O simplório...
O ignóbil...
O que nos é importante...
Mas... que não sabemos que é...

Tiago de C. Braga


Ser jovem

Ser jovem, é sair de casa
sem  saber para onde vai...
Ser jovem, é ter devaneios insaciáveis...
Ser jovem, é gritar ao mundo
suas ideologias efêmeras...
Ser jovem, é ser “homem” e ao mesmo
Tempo, ter medo de assumir os seus erros...
Ser jovem, é ter sonhos utópicos...
Ser jovem, é ter fé... acreditar...
Ser jovem, é crescer...amar...aprender...sonhar...
Ou simplesmente, viver...

-Poesia que ganhou em 1º Lugar no Concurso de Poesia em Miradouro.


                                                                            Tiago de C. Braga

terça-feira, 16 de julho de 2013

Domingo no Circo

Hoje domingo, como quase todos os outros domingos, no qual, não se têm muita coisa para fazer, encubo-me neste dia o trabalho de escrever, de relatar e confidenciar a “vida”.  Alguns neste dia nefasto e provido de ociosidade, repousam em suas poltronas se engendrando na programação de domingo, que por sinal não é nem um pouco convidativa. Eu sendo fadado a fazer a mesma coisa, vou à empreitada, buscando sempre ver o lado ruim da programação.

Neste domingo foi diferente, despojado em meu sofá vendo um programa que não vem ao caso lembrar o nome, ouço um carro anunciando que haverá espetáculo à noite no circo que está na cidade. Como não há nada de bom para fazer, estarei no picadeiro esta noite, onde será o momento do encontro e o da partida...

O circo estava com sua tenda montada no parque de exposições, chegando ao local, avistei uma fila destinada à venda dos ingressos, que por sinal não era muito caro. Após fazer a aquisição do ingresso procurei adentrar para encontrar um lugar que tivesse uma boa visibilidade e que eu pudesse ouvir sem dificuldade. As pessoas começaram a chegar e ocupar os lugares que estavam vagos na arquibancada, cerca de 20 minutos foi o bastante para que toda a arquibancada estivesse ocupada.  O espetáculo se iniciou com as luzes apagadas, apenas um neon que destacava a cor branca, tornando-a roxo fluorescente. Pessoas que não via, devido à escuridão, entram no picadeiro com tecidos brancos fazendo gestos que nos remetem a ideia de serem borboletas. Após abertura, as luzes são acesas, vejo os integrantes do circo vendendo guloseimas e brinquedos, todos trazem em seu olhar sua insigne.

O palhaço com um sorriso pintado na face, mas com uma tristeza estampada na alma; a trapezista depois de fazer sua apresentação e receber uma salva de palmas, dá um sorriso que significa “obrigado por nada”, ela coloca um roupão e começa a vender uma bolinha que tem um elástico para ser lançada, parece estar preocupada com algo; o “homem-aranha” fez seu show efêmero, mas foi ovacionado pelo público, continuando com seus outros ofícios após a breve apresentação; um homem auxiliado por sua esposa anda na corda bamba, seus dois filhos estão no picadeiro, o mais novo tinha cerca de um ano e o mais velho uns três anos. O intuito é desviar o foco da sua apresentação, após seu show ele vai embora com a sua família, o locutor anuncia a última apresentação – o globo da morte – que por sinal deixou todas as pessoas em frenesi, mas eu fiquei receoso com medo que de acontece-se algo ruim.

Enfim... Chegou-se ao fim, todos vão se retirando do recinto e indo para suas respectivas casas. Enquanto isso o público vai conversando, sorrindo e o palhaço se despindo da maquilagem, e guardando a sua felicidade, mas que na verdade não existe felicidade é tudo “falsa realidade”. O povo do circo alegra as pessoas na sua amargura, não possuem casa e nem cidade, estão aqui simplesmente de passagem. Amanha é outra cidade, outra realidade. São nômades da atualidade.

Este foi um domingo que analisei um pouco mais sobre a realidade infinda...   

Tiago de C. Braga

segunda-feira, 25 de março de 2013

Conversa de Boêmio

Dois homens chegam em um bar e sentam-se em uma mesa. O garçom vai de encontro, após ser  convocado. O homem de bigode diz:

-O de sempre por obséquio.
O garçom traz dois copos com uísque e gelo, a conversa se inicia, após um olhar panorâmico dos dois.
O homem de bigode diz ao homem de face limpa:
– O que você acha de violência?
– Acho que a violência sempre existiu e sempre existirá...
– Mas você não acha que o mundo na atualidade está mais violento? Conflitos religiosos, guerras por territórios, lutas pelo poder. Esses impasses diante da realidade, a vida se torna-se abstrata.
– Acho sim e acho que as coisas irão piorar, os motivos são diversos, mas todos lutam por um ideal universal, ou seja, o poder, a liderança.
O homem de bigode enfia a mão no bolso, retira um maço de cigarro, destaca um cigarro entre os dedos e lhe empreende fogo.
O homem de face limpa observa esta cena, inconscientemente faz a mesma  coisa que o amigo havia feito. A conversa continua, após uma degustada de uísque e um trago no cigarro.
–O que espera do mundo? – Diz o homem de face limpa.
– Espero que no futuro, o mundo seja melhor, mas acho que, o que nos espera é o caos.
– O caos? – Indaga o homem de face limpa.
– Sim, o caos. As pessoas estão cada vez mais individualista e cada um seguindo suas ideologias.
– Eee...para com esse discurso, o ser humano deixou de ser humanista, sem nem mesmo ter sido...
– Você pode estar certo mesmo, mas mudando de assunto, você  já ouviu aquela música do Belchior que diz: “ você nem sempre não vê/ mas eu não posso deixar de dizer meu amigo/  que uma nova mudança em breve vai acontecer...”
– Sim e a mudança já está acontecendo!
Após terminarem de beber o destilado a conversa se encerra sem ter um fim. Conversa de boêmio tem inicio, meio e nem sempre um fim.
                                                                                               Tiago de C. Braga