-O de sempre por obséquio.
O garçom traz dois copos com
uísque e gelo, a conversa se inicia, após um olhar panorâmico dos dois.
O homem de bigode diz ao homem
de face limpa:
– O que você acha de violência?
– Acho que a violência sempre
existiu e sempre existirá...
– Mas você não acha que o mundo
na atualidade está mais violento? Conflitos religiosos, guerras por territórios,
lutas pelo poder. Esses impasses diante da realidade, a vida se torna-se
abstrata.
– Acho sim e acho que as coisas
irão piorar, os motivos são diversos, mas todos lutam por um ideal universal,
ou seja, o poder, a liderança.
O homem de bigode enfia a mão
no bolso, retira um maço de cigarro, destaca um cigarro entre os dedos e lhe
empreende fogo.
O homem de face limpa observa
esta cena, inconscientemente faz a mesma
coisa que o amigo havia feito. A conversa continua, após uma degustada
de uísque e um trago no cigarro.
–O que espera do mundo? – Diz o
homem de face limpa.
– Espero que no futuro, o mundo
seja melhor, mas acho que, o que nos espera é o caos.
– O caos? – Indaga o homem de
face limpa.
– Sim, o caos. As pessoas estão
cada vez mais individualista e cada um seguindo suas ideologias.
– Eee...para com esse discurso,
o ser humano deixou de ser humanista, sem nem mesmo ter sido...
– Você pode estar certo mesmo,
mas mudando de assunto, você já ouviu
aquela música do Belchior que diz: “ você nem sempre não vê/ mas eu não posso deixar
de dizer meu amigo/ que uma nova mudança
em breve vai acontecer...”
– Sim e a mudança já está
acontecendo!
Após terminarem de beber o
destilado a conversa se encerra sem ter um fim. Conversa de boêmio tem inicio,
meio e nem sempre um fim.
Tiago de C. Braga